Mudança de paradigma na logística. Sabemos o que queremos?
Todos os dias são apresentados novos produtos revolucionários baseados na Internet das Coisas (IoT), na Blockchain, na automação ou na inteligência artificial aplicada à logística. Já estamos imersos na indústria 4.0: lemos inúmeros artigos técnicos sobre elas na imprensa, utilizamo-los para descrever o sector e os novos produtos que oferecemos, mas será que os nossos clientes sabem realmente o que cada uma destas tecnologias é e o que significam para o seu modelo de negócio?
Nos últimos anos, o mundo da logística tem estado imerso numa grande mudança de paradigma liderada por grandes empresas em diferentes sectores, tais como o automóvel, metal, aço ou distribuição. A indústria 4.0 obrigou as empresas a mudar a forma como operam e a relacionarem-se com os seus clientes e fornecedores. Isto causou uma mudança particularmente significativa para a logística, tornando-se um fator chave, diferencial e determinante para alcançar o sucesso desejado.
A indústria 4.0 implica uma revolução que combina novas tecnologias - tais como robótica, analítica, inteligência artificial, a Internet das Coisas (IoT) ou Blockchain - aplicáveis às operações de produção e logística com técnicas avançadas de produção e gestão da cadeia de abastecimento. As empresas devem ser capazes de identificar as tecnologias que melhor respondem às suas necessidades e que melhor se adaptam aos seus modelos de negócio, a fim de realizarem investimentos em conformidade. Todos aqueles que não compreenderem a importância e o benefício destas tecnologias para os seus negócios correrão o risco de reduzir a sua quota de mercado e de serem ameaçados por novas empresas nascidas no meio da indústria 4.0 e cuja conceção está intimamente ligada a estas tecnologias.
Esta nova situação está a causar preocupação, incerteza e uma certa inquietação a uma grande parte das empresas que, estando conscientes do potencial de melhoria da sua cadeia de abastecimento interna, questionam o quê, o como e o quanto.
- O que devo fazer? (Aumentar a eficiência, reduzir custos, melhorar a satisfação do serviço).
- Como o devo fazer? (Formação, educação, tecnologia, redesenho de processos, fases).
- Quanto é que isso me vai custar? (Investimento, fases, retorno).
A chave do sucesso reside no acompanhamento personalizado
O foco está cada vez menos nos produtos e cada vez mais nos processos, e na combinação de soluções para formar uma cadeia de processos integrada. A chave para adaptar as empresas e os seus processos logísticos às novas tecnologias reside no aconselhamento personalizado. Portanto, um serviço de consultoria deve ser capaz, por um lado, de identificar e eliminar, ou substituir, atividades que não acrescentam valor e, por outro lado, de reforçar todos os processos e atividades que identificam a empresa em relação ao resto dos seus concorrentes.
Muitas empresas, incluindo a Linde Material Handling Ibérica, oferecem aos seus clientes um serviço completo de consultoria individual. No entanto, antes de solicitar um serviço deste tipo é necessário conhecer os desafios a enfrentar para maximizar os resultados e poder validar as propostas que serão geradas uma vez que o processo esteja concluído.
Os quatro pontos principais que um serviço de consultoria profissional deve contemplar:
- Identificar a criação de valor da empresa: antes de realizar uma análise detalhada das atividades da empresa, é essencial saber qual é o seu core business, quais são as suas competências, capacidades, o nível de satisfação interna e externa, o posicionamento atual e futuro da empresa e o grau de integração dos seus fornecedores; sem esquecer, evidentemente, outros fatores e características que permitem identificar o ADN do cliente.
- Deteção de oportunidades de melhoria e otimização de processos: Após a análise, são destacados os diferentes pontos de melhoria em cada um dos fluxos de trabalho registados, bem como os tempos, taxas de erro, incidência de danos e métricas chave (armazenamento, transporte, recolha, etc.). Com base nestes dados, deve ser feita uma avaliação do potencial de cada um dos processos, bem como a distribuição das tarefas.
- Definição de um plano individualizado: Uma vez identificados e analisados os diferentes processos e pontos de melhoria, deve ser definido um plano totalmente personalizado com base em todos os dados registados durante as fases anteriores. Este plano mostrará as possíveis soluções baseadas no equipamento, a organização, o controlo, a gestão e o processo, o nível de automatização e o calendário de implementação. Nesta fase é importante salientar que não deve ser oferecida uma solução única: o objetivos do serviço de consultoria é fornecer diferentes variáveis de projeto com pontos em comum entre elas. Cada uma destas variáveis deve ser acompanhada da sua correspondente análise de custos, cálculo do retorno do investimento, potenciais economias, grau de desenvolvimento e complexidade de implementação.
- Implementação e monitorização: Toda a mudança é complexa e deve ser gerida eficazmente. A figura do Gestor do Projeto é fundamental para obter os resultados esperados em tempo e forma. Comunicação fluída e constante com todos os atores envolvidos, formação e aprendizagem antes, durante e depois da implementação são essenciais. A identificação do potencial de risco através da avaliação do impacto e do oferta de alternativas, respeitando os prazos e concordando com o âmbito, fazem parte da metodologia de uma implementação bem sucedida.
Em conclusão, o objetivo final de um serviço de consultoria é oferecer soluções que possam crescer com o modelo de negócio do cliente de uma forma sustentável - tanto em termos de tempo como de investimento. É importante lembrar que não existe uma fórmula única de sucesso, mas sim múltiplas variáveis que estarão sempre de acordo com os objetivos e valores de cada empresa.
Num momento chave como o que a indústria atravessa atualmente - tanto em termos económicos como tecnológicos - é essencial deixar de lado as incertezas e avançar para este novo horizonte onde o sucesso ou o fracasso é cada vez mais condicionado pela eficiência da cadeia de abastecimento.
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